Um espaço para compartilhar ideias e informações sobre Educação Infantil

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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Um exemplo de Resolução de Problemas.

A minhoca gosta de claro ou de escuro?


No projeto Ciranda, a resolução de problemas é uma perspectiva inserida em todos os eixos. Aqui, um exemplo ilustrativo de uma atividade na área de Natureza e Sociedade.


A situação-problema da qual parte uma atividade pode ser, por exemplo a vida das minhocas. Ao invés de simplesmente ‘ensinar’ as características desses animais, a professora lança perguntas provocativas, como: “onde elas vivem?”; “Têm patas?”; “Têm olhos?”; “Será que as minhocas gostam de claro ou do escuro?”.
A professora não apenas ouve a resposta das crianças, mas pede que justifiquem, e assim verifica o argumento ou raciocínio envolvidos. Pode sugerir, então, que as próprias crianças comprovem qual é a melhor resposta. O educador verifica o que elas propõem ao desafio: “o que podemos fazer para saber se as minhocas gostam ou não do escuro?”.
Essa é a situação-problema, em que a professora vai conduzir uma investigação científica, sempre a partir das propostas das crianças, ajudando-as a organizar as ideias, registrá-las em um papel e sistematizá-las, de forma adequada à faixa etária. Essa é uma etapa fundamental, que proporciona diversas experiências educativas e de expressão.
Na perspectiva de resolução de problemas, não há apenas um único caminho a ser adotado pelo professor. Um desdobramento possível é que o professor proponha a construção de um minhocário como ‘campo de testes’. Essa construção é mais do que uma brincadeira ou experiência. Na verdade, as crianças estão produzindo um modelo para a investigação científica.
As crianças participam ativamente. O minhocário pode ser feito em uma garrafa grande, aquário ou outro suporte. Sua construção permitirá um novo salto na investigação... Aqui surge uma primeira resposta a tantas questões. As minhocas gostam, sim, de escuro pois ficam frequentemente sob a terra – dado que pode ser constatado pelas crianças.
Depois de alguns dias, as crianças poderão observar, entre outras coisas interessantes, os túneis cavados pelas minhocas e a sua atividade de revolverem o solo; a terra jogada para fora dos túneis pelas minhocas; a subida à superfície, quando a terra estiver encharcada pela água e a reprodução das minhocas. Nesse caso, poderão ser observados casulos de ovos em volta do corpo de algumas das minhocas ou “saquinhos de ovos” colocados, em geral, presos a pequenos gravetos.
É um rico material que a professora explora. Todas as observações das crianças são importantes.
As crianças poderão relacionar, nesse caso, o comportamento observado à necessidade que as minhocas têm de respirar: ao encharcar o solo, a água ocupa o lugar do ar, de que as minhocas necessitam para respirar e que elas absorvem por intermédio da pele e de pequenos orifícios.
Por fim, a professora já tem a base para levar as crianças a ampliarem os conhecimentos, extrapolando para outros ambientes e situações. Por exemplo, a observação que fizeram ao que acontece nos jardins depois que chove muito ou ao que fazem os pescadores quando querem recolher minhocas no jardim.
Assim, o que poderia ter sido uma simples aula para alunos passivos, tornou-se uma jornada científica de descobertas que produziu, sobretudo, crianças motivadas a aprender e a investigar.