Um dos marcantes diferenciais da proposta do Projeto Ciranda é a ênfase na resolução de problemas.
Muitos adultos certamente se lembrarão de seu tempo de escola, e pensarão que as crianças vão despender longas horas fazendo contas e tentando solucionar problemas numéricos. Se este é seu caso, vale a pena ler até o fim este texto. Assim, entenderá que resolução de problemas, dentro da ótica do Ciranda, é bem mais do que lidar com números, e não se resume à Matemática.
A proposta da Resolução de Problemas do material utilizado pelas crianças da Educação Infantil assemelha-se mais ao que todos nós vivemos na vida real: ao nos depararmos com uma situação desafiadora.
Buscamos formas de enfrentá-la. Investigamos os caminhos, procuramos olhar de diferentes ângulos, lançamos mão de conhecimentos de diversas áreas e de nossa experiência de vida. Nem sempre há uma pergunta clara, arrumadinha, nem uma só resposta. Assim, na escola, enquanto resolvem problemas, as crianças podem desenvolver um conjunto de habilidades cognitivas, que as ajude a aprender mais e melhor os conceitos fundamentais em todas áreas envolvidas.
Elas aprendem fazendo suposições, testando ideias e reformulando-as quando necessário, tirando conclusões. Nesse processo, aprendem a pensar como “pequenos cientistas”.
Um exemplo pode estar em um simples jogo de boliche. Se as crianças encontram tudo arrumado e as regras definidas, são pouco estimuladas a pensar. Mas, se desde o início, são provocadas a construir e a organizar as garrafas, discutindo acerca da melhor posição, a ordem dos jogadores, como vão contar e marcar os pontos (se ainda não dominam os números)... aí há um universo de descobertas a serem feitas, muitas estratégias a serem criadas.
É um processo muito importante para o desenvolvimento – afinal, bem sabemos, a vida não tem respostas prontas para tudo.