Um espaço para compartilhar ideias e informações sobre Educação Infantil

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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O pensar e a matemática


No projeto Ciranda, a resolução de problemas é uma perspectiva inserida em todas os eixos.
A pesquisadora e coordenadora do Mathema, Cristiane Henriques Rodrigues Chica*, mais conhecida como Cris Chica, vem se dedicando nos últimos anos a estudar e a desenvolver formas de preparar os professores para o trabalho com resolução de problemas.

*Mestra em Educomunicação pela Escola de Comunicações e Artes da USP, foi professora de escola pública e particular. Participou da publicação Ler, escrever e resolver problemas e é coautora do software Caixa de Jogos de Matemática I, dentre outras produções. Atualmente, é assessora pedagógica.
Qual deve ser o objetivo da Resolução de Problemas em um projeto de Educação Infantil?
Cris Chica: É desenvolver uma forma de pensar. A resolução de problemas permite à criança não só o desenvolvimento de suas potencialidades intelectuais, mas também possibilita ao aluno a alegria de vencer obstáculos criados por sua curiosidade e vontade, vivenciando, assim, o que significa de verdade fazer matemática. 
No caso específico do ensino de Matemática, qual é, a seu ver, o grande diferencial do Projeto Ciranda?
Cris Chica: É justamente essa perspectiva da resolução de problemas. Consideramos problema, toda situação em que o aluno é questionado e desafiado, tendo que buscar uma solução em que não tenha de imediato a resposta, com os recursos de que dispõe no momento. Essas situações podem ocorrer em momentos de jogos e brincadeiras, quando estão manipulando materiais ou resolvendo problemas diversos: adivinhações, situações que simulam algo da realidade ou do cotidiano da sala de aula, que necessitam ou não de conhecimentos numéricos.
Em uma brincadeira de pegador chamada Pega-pega foguete, por exemplo, além de desenvolverem estratégias de como fugir do pegador, ao final da brincadeira, as crianças deveriam registrar a quantidade de fugitivos pegos (ilustração 1). Mas as situações de natureza não numéricas também fazem parte do trabalho de resolução de problemas na Educação Infantil (ilustração 2).

Ilustração 1 
Ilustração 2


Isso é diferente do que se faz nas escolas quando ensinam matemática?
Cris Chica: Sim. A resolução de problemas na Educação Infantil não tem a mesma forma do trabalho comumente realizado na abordagem tradicional da matemática como vemos em séries avançadas. Nessa idade, as crianças precisam desenvolver vários processos para resolver problemas: realizar simulações, fazer tentativas, levantar hipóteses, comparar os resultados obtidos com os de seus colegas, verificar se obtiveram ou não sucesso em sua estratégia. Assim, a ênfase maior está no desenvolvimento de formas de pensar, em potencializar as diversas inteligências do que nos conceitos numéricos, propriamente ditos. Essas ideias e os procedimentos matemáticos aprendidos apoiarão a matemática estudada por elas futuramente. Desejamos que as crianças possam ter autonomia e confiança em sua capacidade de aprender.
É possível dizer que as crianças naturalmente gostam da Matemática?
Cris Chica: As crianças, de modo geral, gostam e possuem uma grande curiosidade acerca da matemática e gostam dela. No entanto, é preciso cuidar para que as atividades propostas levem as crianças a pensar, desafiar-se, comunicar, trocar ideias, investigar e adquirir confiança em sua capacidade de aprendizagem.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Vamos construir uma ponte?

Esta é uma proposta para a criança brincar e aprender!
Objetivo: Construir pontes de papel e investigar a resistência, percebendo a importância da forma dada a estrutura.
Colocar cada par de livros, um sobre o outro, a uma distância de 15 cm (I).
Inicialmente, apóia uma tira de papel sobre os livros. Está criada uma ponte.
Essa ponte resiste a passagem de um carrinho? Vamos testar? Por que a ponte não aguentou o carrinho?
Certamente dentre as respostas, a criança dirá que o papel é “fraco”.  
Então, vamos fortalecer a ponte?
Incentive a criança a investigar, por exemplo, juntando várias tiras de papel e usando a fita adesiva para fixá-las. Testar com o carro pequeno, depois com o grande. Depois, ensine a criança a construir ponte triangular, conforme a ilustração apresentada a seguir.
Para fazer a ponte triangular, use uma tira de papel para construir cada uma das formas triangulares (II), fixando as bordas com a fita adesiva (III). Use seis tiras para que se tenha encaixe com os livros separados por 15 cm. Fixe uma aba de papel em cada lado, para ajudar a fazer o apoio nos livros. 


Em seguida aos testes com a ponte triangular, problematize: Essa ponte é mais forte?  Deformou com o carro grande?  
Na sequencia, de a ideia: Quem já viu uma ponte em forma de arco? Vamos fazer uma ponte em forma de arco?
Arqueando a ponte (IV), ela ficará menor do que os 15 cm de afastamento dos livros. Peça a criança para dar uma ideia sobre como resolver o problema. Incentive-a dar alternativas: ampliar a ponte usando mais papel, juntar mais os livros...
E agora, essa ponte é mais firme?
Testar com o carro pequeno, depois com o carro maior.
Depois da investigação, converse com a criança sobre materiais que parecem fracos, como o  papel e que podem formar estruturas muito fortes.

Para finalizar, que tal uma pesquisa para recortar figuras de ponte em revistas? 


Proposta baseada, com modificações,  no livro "Ciência a Brincar", de Constança Providência, Helena V. Alberto e Carlos Fiolhais, Portugal: Editorial Bizâncio – 1999

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

DICAS: 10 maneiras de participar (mais) da educação da criança


Todas as pesquisas mostram que as famílias ainda participam pouco da educação dos filhos. Em parte por achar que não são capazes, em parte por atribuir a função apenas às escolas, o fato é que as famílias perdem uma ótima oportunidade de conviver e crescer juntas. Veja algumas dicas para que você possa participar mais da educação das crianças, desde os primeiros anos.



1. Crianças gostam de história. Ao ouvi-las, começam a ter suas próprias ideias de como é o mundo, ampliam o vocabulário e, assim, sua capacidade de se expressar e compreender. Certamente você conhece muitas. Pois crie o hábito de contá-las para as crianças.

2. Faça da escola uma experiência de prazer. Refira-se às professoras, aos trabalhos, às rotinas sempre de forma positiva. Saber que os pais gostam da escola fará com que a criança se adapte melhor e mais rapidamente.

3. Mantenha-se informado a respeito do que acontece na escola. Que trabalhos estão sendo desenvolvidos, o que seus filhos estão aprendendo. Não é preciso ser especialista para fazer perguntas e mostrar interesse pelo processo. Seu filho ficará entusiasmado em poder contar o que faz lá.

4. Procure ter em sua casa material para que as crianças desenhem, pintem, moldem. As atividades de artes são muito importantes para o bom desenvolvimento delas.

5. Sempre é possível conseguir livros, gibis e outros tipos de texto. Deixe acessível para os seus filhos para que mexam à vontade. Assim nasce o prazer pela leitura.

6. Participe da lição de casa. Não faça a tarefa pela criança, mas acompanhe-a, garantindo que tenha boas condições de realizá-la.

7. Participe da escola de seu filho. Converse com as professoras, com as coordenadoras, pergunte como está o desenvolvimento dele. Não basta saber se está sendo bem cuidado, se faz ‘artes’ ou se come bem. Pergunte também se gosta de aprender, o que gosta de fazer e o que a escola tem feito para que ele aprenda cada vez mais.

8. Não falte às reuniões de pais. Tanto melhor será se o casal puder participar junto!

9. Evite comentários ou críticas que dão a ideia de que não são capazes de aprender ou fazer bem algo. Ao contrário, elogie seu filho, manifeste altas expectativas sobre ele. Sonhe alto, mesmo, e mostre o quanto confia que conseguirá aprender.

10. Na educação de crianças, tudo está ligado. Para aprender, a criança precisa estar bem alimentada, ter dormido bem, estar segura do afeto dos que a cercam. Lembre-se de prestar atenção se está ouvindo e vendo bem, se os dentes estão saudáveis ou se algum problema está atrapalhando seu desenvolvimento.